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Salmo 127

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Salmos

"ORAI PELA PAZ DE JERUSALÉM! SEJAM PRÓSPEROS OS QUE TE AMAM. REINE PAZ DENTRO DE TEUS MUROS E PROSPERIDADE NOS TEUS PALÁCIOS. POR AMOR DOS MEUS IRMÃOS E AMIGOS, EU PEÇO: HAJA PAZ EM TI! POR AMOR DA CASA DO SENHOR, NOSSO DEUS, BUSCAREI O TEU BEM" SALMOS 122.6-9
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sábado, 23 de agosto de 2014

Crescem os Protestos Contra o Hamas em Gaza

   Componentes do Grupo estremista Hamas

A triste realidade na faixa de Gaza parece que pode mudar, se não agora, em uma questão de meses.
Palestinos que tinham medo de criticar o governo terrorista do Hamas estão aos poucos criando coragem e falando abertamente daquilo que estão passando.
As críticas foram feitas por Ziad Abu Halul, um dos oficiais do governo palestino em Gaza ao jornal Asharq Al-Awsat que é publicado em Londres.
"Hamas disparou mísseis contra Israel e não conseguiu fazer quase nenhum dado para eles enquanto aqui centenas de casas e prédios foram completamente arrasados, estamos dizendo para o Hamas, Pare com os mísseis, isto não funciona! Isto noz traz muito sofrimento!"
Além disso, um comentarista político palestino Hanny Habib, declarou que a principal pergunta é:
"Porque o Hamas não aceitou a proposta egípcia quando o número de mortos era de cerca de 200 pessoas? Agora ainda estão negociando quando o número é proximo de 2000. Enquanto nada aconteceu em Israel, o solo de Gaza se tornou em ruínas..."
Segundo a imprensa, a intensão do Egito é enviar para a faixa de gaza cerca de 5000 agentes de segurança para controlar as passagens de fronteira com Israel, desta forma a força do Hamas se enfraqueceria e a Autoridade Palestina voltaria a controlar a região.
Por enquanto não há luz no fundo do túnel, as negociações continuam no Cairo sem nenhum resultado claro.
Os palestinos em Gaza ainda se sentam nas ruas ao ver o fim de suas casas e do seu Mundo bem diante dos seus olhos...

Fonte: Cafetorah

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Hamas sofre o mais duro golpe até agora




Israel infligiu um duro golpe no movimento islamita palestino Hamas nesta quinta-feira na Faixa de Gaza, ao matar três comandantes do grupo armado. O Exército de Israel, numa operação coordenada com os serviços de informação interna, matou três comandantes do Hamas na Faixa de Gaza, em bombardeamentos durante a madrugada desta quinta-feira. Este poderá ser um golpe de força decisivo para primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que conseguiu uma vantagem decisiva após ter sido acusado de fraqueza ao lidar com o Hamas, opina o diário hebraico Ha’aretz. As tropas israelenses entraram em confronto com os terroristas do Hamas na cidade de Khan Younis. Foi enfrentamento direto desde o início da incursão terrestre, que começou exatamente às 22h30 (hora local), após dez dias de ataques aéreos na Faixa de Gaza. Infantaria, blindados, engenharia, artilharia e tropas de inteligência estão trabalhando em conjunto, auxiliadas pelo Shin Bet e outras forças de segurança. A Força Aérea vem prosseguindo com os ataques em toda área norte da Faixa de Gaza. De acordo com fontes militares, 11 alvos terroristas foram atingidos pela aviação em um espaço de apenas duas horas. Um dos pontos de ataque foi a residência do líder da Jihad Islâmica Abdullah al-Shami, na Cidade de Gaza. "Agora estamos entrando na segunda parte da operação", declarou o porta-voz do Exército, o Brigadeiro-General Moti Almoz. "Nós demos um duro golpe no Hamas. Atacamos milhares de alvos, destruímos parte de sua infra-estrutura e nossas tropas estão tomando áreas estratégicas da Faixa de Gaza". O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ministro da Defesa Moshe Yalom disseram que vão expandir as atividades militares. Eles convocaram mais 18 mil soldados da reserva, que deverão se apresentar na manhã desta sexta-feira e entrar em combate logo que possível. Não foram divulgados prazos para o fim da operação militar. A operação terrestre começou com bombardeios de artilharia pesada contra as cidades de Beit Hanoun e Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza. De acordo com fontes palestinas, três pessoas teriam morrido durante o ataque, incluindo uma criança. Em seguida, tanques entraram na Faixa de Gaza e começaram a disparar contra os alvos apontados como bases terroristas.

(Na foto, o chefe do Estado Maior das Forças Armadas de Israel Benny Gantz, em reunião com generais para avaliar os primeiros resultados da invasão terrestre da Faixa de Gaza - Divulgação IDF)

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Crise no Oriente Médio - 8 perguntas e Respostas



1) Como começou a crise atual?

No dia 12 de junho, três jovens israelenses foram sequestrados e assassinados. Dois integrantes de uma célula do movimento terrorista Hamas são procurados por seu envolvimento no assassinato. Deixaram suas casas na cidade de Hebron no dia do sequestro e não retornaram mais. Seu objetivo era trocar os corpos dos jovens pela soltura de terroristas presos em Israel.
A pressão política e diplomática sobre o Hamas começou então a aumentar. Até mesmo o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, criticou duramente o assassinato dos jovens, em uma reunião de cúpula da Liga Árabe.
O movimento fundamentalista islâmico, que controla Gaza desde 2007 e já vinha em crise política e financeira, sentiu-se ainda mais isolado e pressionado. Optou pela tática de “o ataque é a melhor defesa”. De 12 de junho até 7 de julho, véspera da operação militar israelense, mais de 400 foguetes foram disparados contra Israel pelo Hamas e outros grupos terroristas menores.
A estratégia do Hamas rompeu um cenário de relativa calma na fronteira sul de Israel, predominante desde a operação militar israelense Pilar de Defesa, implementada em 2012 também com o objetivo de desmantelar a capacidade do Hamas de disparar foguetes.
Ao bombardear Gaza depois de quase um mês de ataques do Hamas, Israel busca destruir a capacidade do grupo terrorista de disparar contra alvos israelenses e busca recuperar relativa calma em suas fronteiras, protegendo a população civil.


2) Por que o Hamas optou pela escalada da violência neste momento?

O Hamas vive o momento de maior isolamento e enfraquecimento de sua história. Seu aliado ideológico, a Irmandade Muçulmana egípcia, é o principal inimigo do atual governo do Egito. O Cairo, nos últimos meses, fechou passagens na fronteira para Gaza e aumentou o isolamento do Hamas.
A guerra civil na Síria levou o Hamas a enfraquecer laços com o Irã, seu maior apoiador financeiro e militar dos últimos anos. O conflito na Síria acentua a divisão histórica do mundo muçulmano, entre xiitas e sunitas. De um lado, o ditador Bashar Al Assad representa a minoria alauíta, hoje aliada ao xiismo e ao Irã. De outro lado, os rebeldes representam os sunitas, a maioria da população síria.
Os palestinos são majoritariamente sunitas. O Hamas estava ao lado do Irã e da Síria numa aliança anti-EUA e anti-Israel. Mas a eclosão da guerra civil na Síria fez com que as divisões antigas prevalecessem.
Khaled Meshal, principal líder do Hamas, vivia na Síria e teve de se mudar para o Qatar, país sunita. O regime catariano passou a ser apoiador principal do movimento que controla Gaza. Mas recentemente o emirado diminuiu apoio ao Hamas, por pressão da Arábia Saudita e vizinhos, preocupados com crescimento de grupos fundamentalistas islâmicos na região. 
Resultado do complexo quadro regional: o Hamas passou a viver isolado politicamente, e sem recursos para, por exemplo, pagar seus funcionários. Com o recente fechamento dos túneis subterrâneos pelo Egito, perdeu uma de suas principais fontes de renda, o contrabando.
A liderança do movimento terrorista avaliou, depois do agravamento do quadro com o assassinato dos três jovens israelenses, que a forma de impedir maior isolamento e uma crise doméstica mais intensa seria repetir a tática de apostar num conflito armado com Israel para, numa negociação de cessar-fogo, arrancar concessões de países como Egito e Qatar, como, por exemplo, a reabertura de túneis na fronteira egípcia e mais apoio financeiro.

3) Se o objetivo do Hamas é conseguir ganhos políticos e financeiros por meio de uma estratégia de força, por que o governo israelense simplesmente não ignora a iniciativa de Gaza?

O governo israelense, entre 12 de junho e 7 de julho, propôs a formula “calma por calma” (“quiet for quiet”) e esperou quase um mês na tentativa de o Hamas desistir da escalada e parar de disparar foguetes.
Não é do interesse de Israel se envolver num conflito como o atual. Ao mesmo tempo, nenhum país do mundo pode tolerar que seu território seja alvo de foguetes disparados diariamente contra alvos civis.

4) Por que o número de mortes palestinas é tão maior do que as israelenses?

O governo de Israel, nos últimos anos, investiu pesadamente na construção de bunkers e no desenvolvimento do “Iron Dome” (Cúpula de Ferro), um moderno sistema de defesa que destrói mísseis inimigos em pleno ar.
A estratégia do Hamas é diferente. Os lançadores de foguetes contra Israel são colocados em áreas densamente povoadas, envolvendo a população civil no conflito e usando-a como escudo humano. Porões e salas de escolas, mesquitas e hospitais são transformados em depósitos de armas.


Plataforma de lançamento de mísseis em área densamente povoada, no distrito de Zeitoun, em Gaza. Foto: Aaron Klein.

Israel já anunciou que adota todas as medidas possíveis para diminuir o número de baixas civis. Por exemplo, avisa, por meio de folhetos ou comunicação telefônica, a população próxima a uma área a ser bombardeada. O Hamas, com sua rede de repressão, ameaça retaliar quem deixar suas casas após um aviso israelense.
O principal líder do Hamas, Khaled Meshal, vive confortavelmente no Qatar, um dos países mais ricos do mundo. A liderança do movimento em Gaza, quando começa o conflito, se esconde no subsolo do principal hospital da região.

5) Por que o Hamas dispara foguetes e acumula um crescente arsenal contra Israel?

Em sua carta de princípios, o Hamas prega a destruição de Israel. É um movimento fundamentalista, que tomou o poder por meio de um golpe em Gaza, em 2007, quando expulsou o Fatah, grupo palestino laico.
O Hamas se notabilizou pelo uso de homens-bomba em sua luta contra Israel, sobretudo entre 2001 e 2004. Mas as medidas de segurança tomadas pelos governos israelenses nos últimos anos reduziram praticamente a zero a infiltração de terroristas.
O Hamas trocou então homens-bomba por foguetes. Importante ressaltar que um israelense tem apenas 15 segundos entre o toque da sirene e chegar a um bunker para se proteger. Por isso, a população do país, sobretudo nas áreas mais próximas a Gaza, vive sob intenso estresse diário.
Outro ponto importante: Israel se retirou unilateralmente de Gaza em 2005. O Hamas destruiu, por exemplo, as estufas agrícolas e outras infraestruturas deixadas por Israel, preferindo investir “na luta contra o inimigo” e na criação de uma ditadura que expulsou o Fatah em 2007 e oprime diversas minorias, como cristãos e homossexuais.

6) Algumas análises afirmam que Israel atacou Gaza para impedir o avanço do “governo de união nacional” entre Fatah e Hamas, anunciado no começo de junho. É verdade?

O Hamas foi forçado a fazer o governo de união nacional com o Fatah por pressão de sauditas e catarianos. O grupo terrorista teve de abrir mão de diversas exigências prévias, como encabeçar um novo governo.
Arábia Saudita e Qatar querem hoje fortalecer aliados sunitas e moderados, como Abbas, porque temem o avanço de grupos fundamentalistas como a Irmandade Muçulmana egípcia ou o ISIS, que controla parte da Síria e do Iraque. As monarquias conservadoras do golfo Pérsico temem movimentos religiosos que surgiram e se desenvolvem fora do seu controle.
Portanto, sauditas e catarianos acharam um momento de “enquadrar” o enfraquecido Hamas e submetê-lo ao Fatah.
Dias depois do anúncio do governo de união nacional, houve o sequestro e assassinato dos jovens israelenses. O Hamas negou envolvimento na ação, mas elogiou os assassinos. Dois de seus integrantes são procurados pelo envolvimento nas mortes. Abbas, ao contrário, colaborou nas investigações e denunciou o sequestro em discurso na Liga Árabe.
As diferentes opções de Hamas e Fatah no episódio do sequestro e assassinato já colocaram em xeque a chamada “reconciliação”. Afirmar que Israel ataca Gaza para inviabilizar a aproximação entre Fatah e Hamas é diversionismo e representa ignorar a natureza dos atores políticos envolvidos na crise.

7) Qual a implicação regional e global do conflito em Gaza?

Até a eclosão da chamada Primavera Árabe, o conflito israelo-palestino era apontado por muitos analistas como maior fator de instabilidade no Oriente Médio. Essa narrativa se enfraqueceu profundamente nos últimos anos com as turbulências no Egito, Líbia, Iraque, Síria, cujas ditaduras mascaravam uma falsa estabilidade.
Infelizmente, o fim de ditaduras não significa o surgimento imediato de democracias, cuja construção leva décadas. No momento atual, grupos fundamentalistas islâmicos, mais organizados, têm se aproveitado da instabilidade para crescer em alguns pontos do Oriente Médio.
Um caso grave é o Estado Islâmico, criado na Síria e no Iraque por um grupo que surgiu como um braço da Al Qaeda. Seu projeto é criar um “califado” e impor a lei religiosa. O avanço preocupa, ao mesmo tempo, rivais como EUA, Irã, Arábia Saudita.
Nesse quebra-cabeça regional, Israel vê com preocupação o fortalecimento de grupos fundamentalistas, ainda que entre eles haja diferenças de origem religiosa ou ideológica. Mas todos eles têm em comum a rejeição a Israel e a uma sociedade com valores democráticos.

8) Depois do sequestro e assassinato de três israelenses, um jovem palestino foi morto, aparentemente num ato de retaliação. Como avaliar esse assassinato?

A morte do jovem palestino representa mais uma tragédia na triste espiral de violência que castiga o Oriente Médio. Com rapidez, a polícia israelense prendeu três suspeitos pelo crime, que serão julgados.
Na democracia israelense, o Estado de direito funciona. Basta lembrar, por exemplo, que um juiz árabe, de um tribunal israelense, condenou à prisão um ex-presidente de Israel, acusado de assédio sexual.

Fonte: http://www.beth-shalom.com.br/

terça-feira, 19 de agosto de 2014

(FOTOS)Novos submarinos israelenses estão quase prontos na Alemanha

A classe “Dolphin II” de submarinos construídos para a Marinha de Israel está quase pronta na Alemanha. São os maiores submarinos construídos pela Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial e espera-se que quando entrarem em serviço estarão entre os mais eficazes do mundo.
Os três submarinos estão em diferentes estágios de construção na ThyssenKrupp Marine Systems em Kiel, Alemanha – TaninRahav e uma terceira unidade ainda não batizada. Os submarinos são maiores que os “Dolphin” Type 800 construídos para a Marinha de Israel na década de 1990: têm 68,6m versus 57,3m dos submarinos anteriores; 2.050 t de deslocamento na superfície e 2.400 t submersos, versus 1.565 t e 1.720 t.
O armamento é composto de 10 tubos lança-torpedos  – quatro de 650mm e seis de 533mm de diâmetro. Fontes dizem que eles levam torpedos guiados DM-2A4 Seehake, mísseis antinavio UGM-84C Harpoon e mísseis antiaéreos Triton.
Os submarinos são equipados com sistema de propulsão independente da atmosfera (AIP), que permite operações submersas estendidas sem a necessidade de usar o esnorquel.
Tanin (Crocodilo) foi entregue à Marinha de Israel em maio de 2012 e o Rahav (Coragem) em abril de 2013. Ambos permanecem na Alemanha para testes contínuos.















Fonte: O Poder Naval


sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Empresa israelense de telefonia vai abrir capital na Bovespa

T4U aluga antenas de telefonia móvel para as principais operadoras de telecomunicações do país.
   
            Antena de celular em São Paulo: a T4U tem como clientes Oi, Vivo, Tim e Nextel

 A T4U Tower Management, empresa que aluga antenas de telefonia móvel para as principais operadoras de telecomunicações do país, pediu nesta sexta-feira o registro de companhia aberta e pode estrear na Bovespa nos próximos meses. Controlada pela Fishman Holdings, que tem participação de setores imobiliário, varejo, mídia na América do Norte, Europa e Rússia; e pela provedora de soluções totais de engenharia para telecomunicações Giltek, ambas israelenses, a T4U está há uma década no Brasil, informou a empresa à Reuters. A T4U, sigla para Tower For You, tem 51 funcionários próprios e tem como clientes Oi, Vivo, da Telefônica Brasil, Tim Participações e Nextel. Os planos de levantar capital chegam num momento de grande efervescência no setor, desde que as grandes operadoras do país passaram a vender as próprias torres de telefonia para empresas especializadas, com o objetivo de levantar recursos. Por entender que a estrutura de antenas deixou de ser um diferencial competitivo, as operadoras passaram a compartilhar as estruturas de antenas de telecomunicação, chamadas no setor de estação rádio-base. Há cerca de 68 mil desses equipamentos instalados no país, segundo dados da Telebrasil, associação das operadoras de telecomunicações. E esse número tende a crescer à medida que se expande a cobertura do serviço de 4G. Só em 2013 foram instaladas 8,5 mil antenas de 4G, segundo a entidade. Nesse mercado, a T4U tem entre as principais concorrentes a TorreSur, do grupo norte-americano de private equity Providence Equity Partners e a BR Towers. Há dois meses, a GP Investments vendeu a BR Towers por 2,18 bilhões de reais para a American Tower. Nesta sexta-feira, funcionários da T4U festejavam em São Paulo a conclusão dos arranjos que precederam o pedido de registro de companhia aberta. Mas um pedido para realizar uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla en inglês), ainda não tem data para acontecer.

FONTE : REVISTA EXAME

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A Inquisição - Saiba como foi

Inquisição (do latim: Inquisitio Haereticæ Pravitatis Sanctum Officium, é um termo que deriva do acto judicial de inquirir, o que se traduz e significa perguntar, averiguar, pesquisar, interrogar, etc.).


No contexto histórico europeu, conforme alguns entendimentos filosóficos actuais, a Inquisição foi uma operação oficial conduzida pela Igreja Católica a fim de apurar e punir pessoas por heresia. O que foi a Inquisição? A Inquisição ganhou mais relevo na época da Contra-Reforma com as crescentes suspeitas populares. Portanto, trata-se de uma inquirição, em assuntos de fé, evitando a condenação de alguém sem investigação prévia. Tecnicamente, Inquisição é confundida com "Tribunal do Santo Ofício". O segundo é uma entidade que tem por função fazer inquisições. Ao contrário do que é comum pensar, o "tribunal do Santo Ofício" é uma entidade jurídica e não tinha forma de executar penas. O resultado da inquisição, feita a um réu, era entregue ao poder régio, muitas vezes com o pedido de que não houvesse danos nem derramamento de sangue. Este tribunal era muito comum na Europa a pedido dos poderes régios, pois queriam evitar condenações por mão popular. Diz Oliveira Marques em «História de Portugal», tomo I, página 393: «(...) A inquisição surge como uma instituição muito complexa, com objectivos ideológicos, económicos e sociais, consciente e inconscientemente expressos. A sua actividade, rigor e coerência variavam consoante as épocas.» As origens da Inquisição remontam a 1183, no averiguação dos cátaros de Albi, no sul de França por parte de delegados pontifícios, enviados pelo Papa. A instituição da Inquisição se deu no Concílio de Verona. Numa época em que o poder religioso se confundia com o poder real, o Papa Gregório IX, em 20 de Abril de 1233, editou duas bulas que marcam o reinício da Inquisição. Nos séculos seguintes, ela julgou, absolveu ou condenou e entregou ao Estado (que aplicava a "pena capital", como era comum na época) vários de seus inimigos propagadores de heresias. Convém lembrar que ser cristão era entendido para lá de uma religião. Ser cristão era a maneira comum de ser e pensar. Um inimigo do cristianismo era entendido como inimigo do pensar comum e da identidade nacional. A bula Licet ad capiendos (1233), a qual verdadeiramente marca o início da Inquisição, era dirigida aos dominicanos inquisidores: Onde quer que os ocorra pregar estais facultados, se os pecadores persistem em defender a heresia apesar das advertências, a privá-los para sempre de seus benefícios espirituais e proceder contra eles e todos os outros, sem apelação, solicitando em caso necessário a ajuda das autoridades seculares e vencendo sua oposição, se isto for necessário, por meio de censuras eclesiásticas inapeláveis. A privação de benefícios espirituais era a não administração de sacramentes aos heréticos, que caso houvesse ripostação deveria ser chamada a intervir a autoridade não religiosa (casos de agressão verbal ou física. Se nem assim a pessoa queria arrepender-se era dada, conscientemente, como anátema (reconhecimento oficial da excomunhão): "censuras eclesiásticas inapeláveis". O uso da tortura era, de facto, bastante restrito e, aos poucos, foi sendo extinto dos processos inquisitoriais. Esta era apenas autorizada quando já houvesse meia-prova, ou quando houvesse testemunhas fidedignas do crime, ou então, quando o sujeito já apresentasse antecedentes como má fama, maus costumes ou tentativas de fuga. E ainda assim, conforme o Concílio de Viena, de 1311, obrigava-se os inquisidores a recorrerem à tortura apenas quando o bispo diocesano, junto de uma comissão julgadora, houvesse aprovado a mesma em cada caso em particular. Também é sabido que a tortura aplicada pela inquisição era, por demais, mais branda que a aplicada pelo poder civil, não permitindo, de forma alguma, amputação de membros (como era comum na época), e não permitindo perigo de morte. Convém explicar que a tortura era um meio incluído no "inquiridio". São mais comuns os casos de endemoninhados ou réus em suspeita mentira. No entanto, e bem mais tarde, já em pleno século XV, os reis de Castela e Aragão, Isabel e Fernando, solicitam, e obtêm do Papa a autorização para a introdução de um Tribunal do Santo Ofício: a Inquisição. Tal instituição afigurava-se-lhes necessária para garantir a coesão num país em unificação (foi do casamento destes dois monarcas que resultou a Espanha) e que recentemente conquistara terras aos mouros muçulmanos na Península Ibérica e expulsara alguns dos judeus, por forma a obter «unidade» nacional que até ali nunca existira. A acção do Tribunal do Santo Ofício tratou de mais casos depois da conversão de alguns judeus e mouros que integravam o novo reino. Alguns judeus e mouros preferiram renegar as suas religiões, e abraçar o cristianismo, a abandonar a nova terra conquistada. A estes é dado o nome de "cristãos-novos": alguns esqueciam de facto a religião dos seus antepassados, outros continuavam a praticar secretamente a antiga religião. Eram frequentes os levantamentos populares e muitas denuncias por parte dos "cristãos velhos". Sendo essencialmente um tribunal eclesiástico, desde cedo o reino, o poder régio se apossou do mesmo, por forma a prosseguir os seus particulares fins económicos, esquecendo o fundamental "inquiridio" aos réus por motivos religiosos. Tomado pelo poder régio, o Tribunal da Santa Inquisição, em Espanha, deu azo a uma persistente propaganda por parte dos inimigos da Espanha católica: ao sujeitar o poder da fé ao poder da lei, da coação, e da violência, a Inquisição espanhola tornou-se, no imaginário colectivo, uma das mais tenebrosas realizações da Humanidade.



Mais tarde, em certas regiões da Itália, e em Portugal, o Papa autorizou a introdução de instituições similares, em condições diferentes. No caso de Portugal, a recusa do Papa ao pedido, tendo visto os abusos da Espanha, mereceu que o rei tivesse como alternativa ameaçar com a criação de uma "inquisição" régia, que segundo ele era coisa urgente para o reino. De facto, a introdução da Inquisição em Portugal resultou das pressões espanholas que, para além de uma sinceridade zelota, não queriam ver o reino rival beneficiar com os judeus e mouriscos expulsos de Espanha. 

Fonte: Cafetorah
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