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Salmo 127

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"ORAI PELA PAZ DE JERUSALÉM! SEJAM PRÓSPEROS OS QUE TE AMAM. REINE PAZ DENTRO DE TEUS MUROS E PROSPERIDADE NOS TEUS PALÁCIOS. POR AMOR DOS MEUS IRMÃOS E AMIGOS, EU PEÇO: HAJA PAZ EM TI! POR AMOR DA CASA DO SENHOR, NOSSO DEUS, BUSCAREI O TEU BEM" SALMOS 122.6-9
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segunda-feira, 4 de junho de 2012

história de Israel




O contexto histórico

que apoiaria a teoria é o seguinte:
Os hicsos conquistam o Egito por volta de 1670 a.C. e o dominam durante um século. Sua capital é Avaris. Mas são expulsos por Amósis (1580-1558 a.C.), faraó da décima oitava dinastia que transforma o Egito na maior potência mundial. A capital volta a Tebas. Tutmósis III, também da décima oitava dinastia, levou o Egito ao auge de seu poder, estendendo seu domínio até o Eufrates.
À décima oitava dinastia pertencem ainda: Amenófis IV (1372-1354 a.C.) - também conhecido como Akhenaton, o faraóó do culto a Aton -, que construiu nova capital, Akhetaton, arqueologicamente conhecida como El-Amarna; Tutankhamon, que é o último faraó desta dinastia e que volta ao antigo culto a Amon e traz a capital de novo para Tebas.
A XIX dinastia teve alguns nomes famosos:
·       Ramsés II, o faraó do êxodo
·       Merneptah, seu filho, que cita Israel em estela de 1220 a.C.

Vale citar aqui um longo trecho de J. G. Echegaray,
 O Crescente Fértil e a Bíblia: “Em 1286 a.C. aconteceu a célebre batalha de Cades, espetacular confrontação militar de Ramsés II com seu rival hitita Muwatalli. O exército egípcio compunha-se de quatro divisões que levavam nomes religiosos. A primeira, chamada divisão de Amon, na qual ia o faraó, induzida por um deficiente serviço de ‘inteligência’ que garantia que as tropas hititas ainda estavam longe, acampou ao norte da cidade de Cades. Atrás, a uma grande distância, aproximavam-se escalonadamente as divisões Rá, Ptah e Suteh. Então o exército hitita, ocultando-se, rodeou a cidade pelo sul e, saindo de um bosque, atacou a divisão Rá que acabava de atravessar o arroio Sabtuna (hoje El-Mukadiyeh). A divisão foi desarticulada e posta em fuga. Alguns se refugiaram no acampamento de Ramsés, que foi objeto de ataque imediato. Embora a divisão Amon se defendesse valentemente com seu rei à frente, não teria podido resistir se não fosse a intervenção inesperada de um corpo expedicionário de cavaleiros ‘amorreus’ procedentes da costa, que vinham para se unir ao exército egípcio na qualidade de aliados. A chegada pouco depois da divisão Ptah pôs o exército hitita em fuga, que teve de se retirar às pressas e se refugiar na cidade de Cades. A última divisão egípcia, Suteh, que ainda não atravessara o Orontes, não chegou a intervir na contenda. À vista dos acontecimentos, Ramsés II desistiu de tomar a cidade, abandoando sua missão de pacificar o país, deixando quase inteiro o exército inimigo encerrado na fortaleza, retirou-se ordenadamente para a Palestina. Não tinha sido uma verdadeira vitória, mas também não podia ser contado como uma derrota; o faraó, porém, a fez passar por um ressonante triunfo, que mandou gravar nas paredes dos templos de Tebas. A batalha na realidade fora um confronto entre as duas maiores potências do mundo. O exército egípcio era composto por cerca de 25.000 homens, mas só tinha 1.500 carros de combate. Pelo contrário, o exército hitita possuía 3.500 carros de combate”[15].Ramsés II é quem fez a aliança de paz com os hititas, deixando um vazio político na Palestina. Sob a XX dinastia, a última do reino novo, o Egito vai progressivamente perdendo toda a sua influência na Ásia.
Os hicsos invadem o Egito e a Palestina, ocupando na região de Canaã, como bases centrais, Jericó e Siquém.
Bem, os hicsos introduziram na Palestina o uso do carro de combate, modificando todas as táticas de guerra então em uso. As populações locais (cananéias) tiveram que reforçar a defesa de suas cidades e abrigar em seu interior as populações mais atacadas pelos invasores.
Para rechaçar os hicsos, os egípcios da XVIII dinastia davam condições de defesa à Palestina, uma espécie de "feudo" seu: interesses estratégicos, comerciais (produtos do Líbano e rotas caravaneiras) etc levaram o Egito a estabelecer guarnições na Palestina e a cobrar tributo dos senhores, príncipes das cidades-estado cananéias.
As populações de baixa condição, vivendo ao abrigo das cidades e de seus exércitos locais, estava assim submetida ao príncipe cananeu, que estava submetido ao faraó egípcio. A espoliação se dava em dois níveis.
Quando o controle egípcio era menor, as cidades cananéias diminuíam ou interrompiam o pagamento do tributo, procuravam aumentar seus domínios a expensas de seus vizinhos e rivais etc. Mas a liberdade das cidades não era repassada para a população marginalizada!
Assim é descrita a situação nas cartas de TellCarta de Tell el-Amarna el-Amarna, escritas pelos governantes das cidades cananéias [e de outros países] à corte egípcia de Amenófis III e de seu filho Amenófis IV, no século XIV a.C. (são 382 cartas, sendo as da Palestina escritas em acádico vulgar, com muitos cananeísmos, descobertas a partir de 1887).
Nos conflitos entre as cidades cananéias, seus governantes se acusam, nas cartas, da ajuda, feita pelo inimigo, aos hapiru: estes estariam conquistando cidades em Canaã e provocando revoltas[16]. Os hapiru revoltavam-se contra seus opressores cananeus e libertavam-se de seu controle.
Quando os israelitas do grupo de Moisés chegam a Canaã esta é a situação: confrontos generalizados entre as cidades, confronto entre os marginalizados e as cidades, vazio de poder egípcio porque Ramsés II não conseguiu vencer os hititas e foi obrigado a fazer um acordo com este povo da Ásia Menor.
Unidos pela esperança javista os recém-chegados juntam-se aos revoltosos, formando com eles uma mesma identidade social. Constituem um "governo" tribal, uma aliança tribal, e ocupam as regiões montanhosas, onde os cananeus, senhores das cidades, tinham perdido o controle.
Realmente, o livro de Gottwald suscitou uma grande polêmica e polarizou as atenções dos especialistas durante muito tempo. O modelo da retribalização ou da revolta camponesa passou a ser citado como uma alternativa bem mais interessante do que os modelos anteriores e fez surgir outras tentativas de explicação das origens de Israel. Muitas críticas também foram formuladas a Gottwald, sendo a de maior consistência a do dinamarquês Niels Peter Lemche, que em Early Israel. Anthropological and Historical Studies on the Israelite Society before the Monarchy, analisa longamente os fundamentos do modelo de Gottwald[17].
Segundo Lemche, Gottwald fundamenta suas teorias no estudo de Morton Fried, The Evolution of Political Society, New York, Random, 1967, mas faz um uso eclético de outras teorias e autores, de uma maneira que dificilmente qualquer um deles aprovaria. Mas a birra principal de Lemche com estes autores e suas teorias é que, segundo ele, os modelos derivados da corrente antropológica do "evolucionismo cultural" desconsideram a variável chamada Homem (enquanto indivíduo livre e imprevisível em suas ações) por não ser controlável.
Entretanto, um dos problemas do ecletismo de Gottwald é que embora se reporte às vezes a Marx, faz uma leitura do Israel pré-monárquico segundo a tradição durkheimiana. Nas palavras de A. D. H. Mayes: “Existem, porém, boas razões, para ver Gottwald neste contexto [durkheimiano] antes do que na tradição de conflito a que pertence Marx. As características distintivas da teoria de conflito, que entende a sociedade dentro do quadro da interação de diversas classes ou grupos de status, estão inteiramente ausentes do estudo de Gottwald: nele Israel surge como unidade harmoniosa e indiferenciada. Gottwald adota enfoque funcionalista da sociedade israelita, que tem certamente raízes na teoria social de Durkheim, e enfatiza sua dimensão estrutural sincrônica, antes que sua dimensão histórica diacrônica”[18].

2.4. A Teoria da Evolução Pacífica e Gradual


Quanto a esta teoria, vale a pena olharmos alguns autores que procuraram avançar a partir e além de Mendenhall e Gottwald. Como nos lembra R. K. Gnuse, as descobertas arqueológicas dos últimos anos encorajaram os pesquisadores na elaboração de novas maneiras de compreender as origens de Israel. As escavações de localidades tais como Ai, Khirbert Raddana, Shiloh, Tel Quiri, Bet Gala, Izbet Sarta, Tel Qasileh, Tel Isdar, Dan, Arad, Tel Masos, Beer-Sheba, Har Adir, Horvart Harashim, Tel Beit Mirsim, Sasa, Giloh, Horvat ‘Avot, Tel en-Nasbeh, Beth-Zur e Tel el-Fûl, deixaram os arqueólogos impressionados com a continuidade existente entre as cidades cananéias das planícies e os povoados israelitas das colinas. A continuidade está presente sobretudo na cerâmica, nas técnicas agrícolas, nas construções e nas ferramentas[19].
O crescente consenso entre os arqueólogos é de que a distinção entre cananeus e israelitas no primeiro período do assentamento na terra é cada vez mais difícil de ser feito, pois estes parecem constituir um só povo. As diferenças entre os dois aparecem apenas mais tarde. Por isso, os arqueólogos começam a falar cada vez mais do processo de formação de Israel como um processo pacífico e gradual, a partir da transformação de parte da sociedade cananéia. “A teoria sugere que, de alguma maneira, cananeus gradualmente tornaram-se israelitas, acompanhando transformações políticas e sociais no começo da Idade do Bronze”[20].
Os defensores deste ponto de vista argumentam com o declínio cultural ocorrido no Bronze Antigo, com a deterioração da vida urbana causada pelas campanhas militares egípcias, com a crescente tributação, e, talvez, com mudanças climáticas. Mas o processo de evolução pacífica de onde surgiu Israel é descrito de maneira diferente pelos especialistas, de modo que R. K. Gnuse prefere classificar as teorias em quatro categorias, que são:
·         Retirada pacífica
·         Nomadismo interno
·         Transição ou transformação pacífica
·         Amálgama pacífico.

2.4.1. Retirada Pacífica

Como defensores de uma retirada pacífica de grupos cananeus das planícies para as regiões montanhosas, R. K. Gnuse cita especialmente Joseph Callaway, David Hopkins, Frank Frick, James Flanagan, Gösta Ahlström e Carol Meyers[21].
Joseph Callaway foi um dos primeiros a observar nas escavações de Ai e Khirbet Raddana, no território de Efraim, que os habitantes destas pequenas localidades situadas nas montanhas usavam as mesmas técnicas dos cananeus  na agricultura, na fabricação de ferramentas, na perfuração de cisternas, na construção de casas e de terraços para a retenção da água da chuva. Isto implica uma continuidade cultural com os cananeus das cidades situadas nos vales e sugere que as pessoas se deslocaram para Ai e Raddana para fugir de possíveis conflitos nos vales. Entre 1200 e 900 a.C. o número de povoados nas montanhas passou de 23 para 114, o que sugere uma significativa retirada.
David Hopkins, por sua vez, em uma avaliação detalhada da agricultura na região montanhosa da Palestina na Idade do Ferro I (1200-900 a.C.), observou que o desenvolvimento social aconteceu junto com a intensificação do cultivo da terra. Para Hopkins, estas pessoas desenvolveram um sistema de colaboração ao nível de clã e de famílias, o que lhes permitia uma integração de culturas agrícolas com a criação de animais, evitando, deste modo, os desastres comuns a que uma monocultura estava sujeita nestas regiões tão instáveis, especialmente em recursos hídricos. Hopkins valorizou mais o sistema cooperativo baseado no parentesco do que o uso de técnicas como terraços, cisternas e o uso do ferro para explicar o sucesso destes assentamentos agrícolas. Para Hopkins, diferentes unidades clânicas e tribais israelitas devem ter surgido a partir de diferentes atividades agrícolas.
Frank Frick acredita que os assentamentos israelitas surgiram após um colapso das cidades cananéias. Esta nova sociedade teria então evoluído de uma 'sociedade segmentária' (época dos Juízes) para uma 'sociedade com chefia' (Saul) e, finalmente, para o 'Estado' (Davi). 
James Flanagan também acredita que o Israel pré-davídico surgiu da movimentação de grupos sedentários que deixaram os vales para uma organização mais descentralizada nas montanhas e na Transjordânia, onde eles se dedicaram à agricultura e ao pastoreio.
Gösta Ahlström, entretanto, foi quem desenvolveu mais amplamente este modelo de uma retirada pacífica em vários de seus escritos. Ele trabalha a continuidade entre israelitas e cananeus, evidente na cultura material, e busca reler os textos bíblicos dentro desta lógica. O próprio nome do povo, 'Israel', reflete esta lógica, já que construído com o nome de El, divindade cananéia. Ahlström contesta a tese de Gottwald de uma 'retribalização' ocorrida nas montanhas, já que sua estrutura social de base familiar não corresponde, segundo ele, ao tipo nômade. Nenhuma  'revolta' de camponeses pode ser documentada. Os recursos tecnológicos menores, igualmente, não indicam a chegada de um grupo de pessoas vindas de fora da terra, mas sim a escassez de recursos da área dos assentamentos.Talvez um grupo tenha vindo de Edom e se juntado a estes camponeses, trazendo com eles o culto a Iahweh.
Carol Meyers defende que Israel surgiu nas montanhas após uma violenta praga que devastou os vales. Teria havido um declínio de até 80% da população dos vales, e cidades podem ter sido queimadas para evitar contágio. Nas montanhas, o crescimento populacional - de 23 para 114 povoados - exigiu mais alimento, levando à intensificação da agricultura, agora possível pela construção de cisternas e terraços e isto produziu, no final, Israel.

[15]. ECHEGARAY, J. G. O Crescente Fértil e a Bíblia, p. 90-91.
[16]. Cf. BRIEND, J. (org.) Israel e Judá: textos do Antigo Oriente Médio. 2. ed. São Paulo: Paulus, 1997, p. 28-31, cartas G, H, I, K, L.
[17]. Cf. LEMCHE, N. P. Early Israel: Anthropological and Historical Studies on the Israelite Society before the Monarchy. Leiden: Brill, 1985; cf. também MARTIN, J. D. Israel como sociedade tribal. In: CLEMENTS, R. E. (org.) O Mundo do Antigo Israel: Perspectivas Sociológicas, Antropológicas e Políticas. São Paulo: Paulus, 1995, p. 97-118; SICRE, J. L. Los Orígenes de Israel. Cinco Respuestas a un Enigma Histórico, Estudios Biblicos, n. 46, Madrid, p. 421-456, 1988; FRITZ, V. Die Entstehung Israels im 12. und 11. Jahrhundert v. Chr. Stuttgart: Kohlhammer, 1996, p. 104-121, onde os vários modelos são descritos e analisados.
[18]. MAYES, A. D. H. Sociologia e Antigo Testamento.In: CLEMENTS, R. E. (org.) O Mundo do Antigo Israel, p. 55.
[19]. Cf. GNUSE, R. K. No Other Gods: Emergent Monotheism in Israel. Sheffield: Sheffield Academic Press, 1997, p. 32-61.
[20]. Idem, ibidem, p. 33.
[21]. Cf. CALLAWAY, J. Village Subsistence at Ai and Raddana in Iron Age I. In: THOMPSON, H. (ed.) The Answers Lie Below: Essays in Honor of Lawrence Edmund Toombs. Lanham: University Press of America, 1984; HOPKINS, D. C. The Highlands of Canaan: Agricultural Life in the Early Iron Age. Sheffield: Sheffield Phoenix Press, [1985] 2010; FRICK, F. The Formation of the State in Ancient Israel. A Survey of Models and Theories. Decatur, Georgia: Almond Press, 1985; FLANAGAN, J. David’s Social Drama: a Hologram of Israel’s Early Iron Age. Decatur, Georgia: Almond Press, 1988; AHLSTRÖM, G. A History of Ancient Palestine. Minneapolis: Fortress Press, 1993; MEYERS, C. Discovering Eve: Ancient Israelite Women in Context. New York: Oxford University Press, 1988.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Israel faz campanha contra adesão palestina à ONU

O Ministério das Relações Exteriores de Israel deu instruções a seus diplomatas sobre as medidas a tomar para evitar que os países em que atuam apoiem a pretensão palestina de ser admitida como membro pleno da ONU em setembro, informou nesta sexta-feira o jornal "Ha'aretz".

Em mensagens diplomáticas divulgadas pelo jornal, o diretor-geral, Rafael Barak, e outros altos cargos do ministério pedem aos diplomatas que façam pressão "ao máximo nível possível" para convencer as autoridades de que apoiar a pretensão palestina equivaleria a deslegitimar Israel e frustrar qualquer futuro acordo de paz.






Entre as instruções recebidas pelos diplomatas estão obter apoio das comunidades judaicas e ONGs locais, escrever artigos na imprensa para influir na opinião pública, reunir-se com políticos do mais alto nível e organizar visitas oficiais quando necessário.

A Chancelaria ainda determinou aos embaixadores e ao pessoal diplomático que cancelem todos os planos de férias para setembro e pediu que apresentassem um plano de ação para os países em que trabalham.

"O objetivo é conseguir com que o maior número de países se oponha ao processo de reconhecimento de um Estado palestino pela ONU", disse Barak aos diplomatas em comunicado enviado no último dia 2 de junho.

"O primeiro argumento é que, ao perseguir este processo na ONU, os palestinos estão tentando atingir seus objetivos fora das negociações com Israel, o que viola o princípio de que o único caminho para resolver o conflito é através de negociações bilaterais", acrescenta a nota.

O ministério prepara um "Fórum de Setembro", que terá como função "analisar os possíveis passos dados pelos palestinos e as opções de Israel para fazer o processo fracassar", iniciando um plano que una a diplomacia e os meios de informação.

Os diplomatas terão que informar uma vez por semana a este fórum sobre as atividades realizadas neste sentido.

Em outro comunicado enviado nesta semana às embaixadas da Europa Ocidental por um diretor da pasta, Naor Gilon, é especificado que a meta é "dar um impulso contra o reconhecimento de um Estado palestino em setembro fazendo com que um bloco significativo de países da União Europeia exponha sua oposição às ações unilaterais palestinas o mais rápido possível".

Israel sabe que os palestinos irão contar com a maioria necessária na Assembleia Geral da ONU, embora a decisão não possa ser cumprida se for rejeitada pelo Conselho de Segurança, onde os Estados Unidos e outros países têm poder de veto.

A maioria na Assembleia Geral da ONU, no entanto, representaria uma vitória moral e diplomática para os palestinos, que não veem outro caminho além da declaração unilateral de independência após o fracasso do processo de paz iniciado em setembro passado e que ficou estagnado três semanas depois por conta da recusa israelense em frear a expansão das colônias judaicas nos territórios palestinos ocupados.

ENTENDA O CASO

A Liga Árabe pretende solicitar o reconhecimento do Estado da Palestino com as fronteiras de 1967 -- que engloba a Faixa de Gaza e Cisjordânia, tendo Jesusalém Oriental como sua capital -- como membro pleno da ONU na reunião da Assembléia Geral do organismo em setembro, em Nova York.

Atualmente, os palestinos têm o status de observadores da ONU, sem direito a voto.

Fonte: Folha

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Confrontos entre manifestantes e soldados isralenses na fronteira com a Síria deixam 22 mortos




Os confrontos entre manifestantes pró-Palestina, que tentavam cruzar a fronteira entre a Síria e as Colinas de Golã, território ocupado por Israel, e tropas israelenses deixaram 22 mortos e 350 feridos segundo a TV estatal da Síria.

O canal estatal informou que os confrontos já duram mais de dez horas e os manifestantes tentaram várias vezes romper a fronteira israelense.

Durante a noite os manifestantes acenderam fogueiras perto da fronteira e afirmaram que pretendem permanecer por tempo indeterminado.

A manifestação marca os 44 anos da Guerra dos Seis Dias de 1967, quando Israel ocupou as colinas do Golã da Síria, os territórios palestinos - Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental - e a península do Sinai do Egito.

De acordo com o repórter da rádio estatal de Israel, que se encontra perto da fronteira, a maior parte do grupo de manifestantes que tenta atravessar é formada por crianças e adolescentes. Muitos levavam bandeiras palestinas e atiraram pedras e lixo sobre a cerca.

Meios de comunicação israelenses dizem que alguns dos ativistas conseguiram entrar no território, apesar do rígido policiamento da fronteira.

A repórter militar da rádio estatal de Israel, Carmela Menashe, disse que fontes do Exército israelense garantem que as tropas foram orientadas a "agir com contenção para restringir o numero de feridos".

Também neste domingo, o exército israelense atirou bombas de gás lacrimogêneo contra manifestantes palestinos no ponto de checagem de Kalandia, principal fronteira entre Israel e a Cisjordânia.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos afirmou que ficou "perturbado" pela "perda de vidas".

"Pedimos que todos os lados tenham moderação. Ações provocativas como estas devem ser evitadas", afirmou o departamento em uma declaração.

Exército 'capacitado'

O porta-voz do governo israelense, Mark Regev, disse à BBC que os números divulgados pela Síria não são confiáveis.

Horas antes da manifestação deste domingo, o primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu disse que não permitiria que "extremistas" atravessassem as fronteiras de Israel.

"Eu instruí nossas forças de segurança a agirem com determinação e contenção para proteger a soberania de nossas fronteiras, cidades e cidadãos", disse Netanyahu, durante a reunião semanal com o membros do governo, em Jerusalém.

O Exército israelense disse que seus soldados gritaram alertas em árabe para os manifestantes e que atiraram para o ar antes de mirar nas pernas dos que chegaram à cerca que separa a Síria das Colinas de Golã.

A porta-voz do exército, Avital Leibovich, disse à imprensa que "isso é uma tentativa do regime sírio de tirar a atenção do mundo do banho de sangue que vem acontecendo no país nas últimas semanas".

Ela disse ainda que, depois de protestos similares na fronteira, que aconteceram no mês de maio, as forças israelenses se prepararam para "uma variedade de cenários possíveis na operação" e estão mais capacitados para impedir as manifestações.

No dia 15 de maio, milhares de manifestantes pró-Palestina se dirigiram para as fronteiras de Israel com territórios palestinos, com a Síria, com a Jordânia e com o Líbano.

Eles estavam relembrando outra data importante para os palestinos, o 63º aniversário da Nakba – que significa catástrofe em árabe – quando milhares de palestinos perderam suas casas em meio aos conflitos pela criação do estado de Israel em 1948.

Pelo menos doze pessoas foram mortas pelos soldados israelenses nas manifestações de maio, em que algumas pessoas conseguiram cruzar a fronteira com as Colinas de Golã.

Dia da Naksa

A manifestação deste domingo faz parte dos atos para marcar o dia da Naksa - que em árabe significa derrota - em referência à guerra conhecida como Guerra dos Seis Dias, que começou no dia 5 de junho de 1967.

Em um comunicado à imprensa, o principal negociador palestino, Saeb Erekat, exortou a comunidade internacional a "tomar as medidas necessárias para pôr um fim à ocupação israelense".

Erekat também pediu o reconhecimento do Estado Palestino nas fronteiras de 1967 e o apoio à admissão da Palestina como Estado-membro da ONU.

O dia da Naksa - que também significa humilhação - é lembrado neste domingo com manifestações de palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza e de refugiados palestinos que se encontram em campos no Líbano e na Síria.

FONTE: BBC BRASIL

terça-feira, 17 de maio de 2011

Violência na fronteira com a Síria pode ser mensagem para Israel

Ao abrir fronteira com Israel em meio à revolta da oposição, líder sírio sinaliza ao mundo disposição em guerrear para permanecer no poder



Durante 37 anos, a fronteira entre Israel e Síria, ainda tecnicamente em guerra, mostrou-se tão tranquila quanto qualquer das fronteiras entre israelenses e árabes silenciadas por acordos de paz. No domingo isso mudou, e o tumulto nas Colinas de Golã podem revelar uma nova fase da revolta contra o presidente Bashar al-Assad e da teia de relações internacionais que ele está navegando.

Previsivelmente, tanto a Síria quanto Israel culparam um ao outro pelo derramamento de sangue – soldados israelenses mataram quatro pessoas quando centenas invadiram a fronteira. Mas a mensagem era muito mais importante, uma vez que o governo sírio, que controla o acesso à fronteira, permitiu que multidões se aventurassem a um lugar que antes declarava fora dos limites. Pela primeira vez no seu reinado de 11 anos, Assad demonstrou a Israel e ao mundo que, em uma revolta que representou a maior ameaça à sua família que já está no governo há quatro décadas, ele poderia provocar uma guerra para permanecer no poder.

Poucos questionaram a sinceridade dos refugiados palestinos que se reuniram na fronteira – o dia que assinala a criação de Israel continua sendo uma data marcante para os palestinos, e eles citaram os levantes da Primavera Árabe como uma inspiração. Mas como é frequentemente o caso na política árabe moderna, eles podem estar envoltos em um conflito mais cínico que envolve poder, sobrevivência e dissuasão, em no qual, em graus variados, Irã, Israel, Turquia e Estados Unidos têm uma participação na sobrevivência de um governo que é desprovido de legitimidade, exceto como a força de uma noção de estabilidade.


"Essa é uma mensagem do governo sírio para Israel e para a comunidade internacional: 'se vocês continuarem a nos pressionar, iremos incendiar a frente com Israel'", disse Radwan Ziadeh, um dissidente sírio e professor visitante da Universidade George Washington.

A mensagem traz riscos profundos em uma região volátil. Israel aparentemente prefere o governo de Assad a uma alternativa que possa favorecer os islâmicos, embora as autoridades israelenses neguem isso. Mal equipada e negligenciada, a Síria continua a ser absolutamente incapaz de travar uma guerra, com seus militares mobilizados em todo o país em uma feroz repressão à revolta popular que já dura dois meses. E mesmo na Síria, algumas pessoas suspeitam que os palestinos estejam sendo manipulados, embora alguns advirtam que uma resposta ainda mais agressiva de Israel poderia rapidamente mudar isso.

"Oh, Maher, seu covarde, envie o seu Exército para Golã", gritavam os manifestantes na semana passada ao irmão de Assad, que lidera a elite da Guarda Republicana e a Quarta Divisão, que assumiu a liderança em operações militares contra as cidades atingidas pelo levante popular.

"A ideia de travar guerra contra Israel não faz parte do pensamento da Síria há muito tempo", disse Louay Hussein, um famoso dissidente que se reuniu com um assessor de Assad na semana passada naquilo que o governo chamou de início de um diálogo. "O governo sírio não tem uma estratégia. Sua atuação política é baseada no improviso".

Tensão

Ao contrário da fronteira libanesa, uma região ainda tensa onde Israel e o Hezbollah travaram uma guerra devastadora e inconclusiva em 2006, na fronteira síria as Colinas de Golã permanecem extraordinariamente tranquilas desde uma trégua em 1974 que se seguiu a uma guerra no ano anterior. Apreendidas por Israel na guerra de 1967, as colinas permanecem o centro da inimizade entre os dois países, apesar de a Síria há muito tempo ter indicado que tem pouca chance de recuperá-la, exceto por meio de negociações.

Para muitos no mundo árabe, a perpétua tranquilidade da fronteira já é motivo de piadas, especialmente conforme a Síria passou a pressionar Israel através de terceiros para além das suas fronteiras, principalmente o Hezbollah, no Líbano. Em árabe, Assad significa leão, portanto a piada mais comum feita sobre o pai de Assad, Hafez, é: "Um leão no Líbano, mas um coelho em Golã".

A revolta, porém, já reformulou as relações regionais, colocando a Síria diretamente na defensiva. Embora oficiais do governo afirmem sua supremacia, os militares estão mobilizados desde o estepe do sul até a costa do Mediterrâneo. As mortes no domingo em Talkalakh, perto da fronteira libanesa, são o mais recente alvo da tentativa dos militares de sufocar a dissidência. As relações com a Turquia pioraram e os Estados Unidos e a Europa impuseram sanções ao país.

No Líbano, aliado da Síria, o Hezbollah parece ansioso e a sua emissora de televisão, a Al-Manar, quase ostensivamente omite qualquer menção da revolta na Síria. Em uma entrevista na semana passada em Damasco, Rami Makhlouf, o empresário mais poderoso da Síria e um confidente e amigo de infância de Assad, alertou a comunidade internacional contra a imposição de pressão sobre o governo sírio. A instabilidade da Síria, disse Makhlouf, também significaria instabilidade para Israel. "A estabilidade na Síria é a coisa mais importante para a estabilidade dos seus vizinhos", disse ele na entrevista. "Que os vizinhos? Israel".


A fronteira ao longo das Colinas de Golã, um estratégico platô rochoso, é a mais sensível da Síria, e existem postos de controle em toda a região. Mesmo para os sírios, é necessária permissão para entrar em algumas de suas regiões. Em um Estado autoritário, o governo também mantém a vigilância implacável sobre os 10 campos palestinos oficiais e três não-oficiais.

Ziadeh, citando informantes em Damasco, disse que pelo menos quatro ônibus foram vistos sábado deixando dois campos onde as facções mais fiéis da Síria exercem controle. "Durante 40 anos, os sírios têm evitado a infiltração, o que mostra que têm sua mão no controle", disse Yoni Ben-Menachem, um analista israelense. "Isso também demonstra a pouca vontade de Israel e dos Estados Unidos de ver a derrubada de Bashar al-Assad" – enquanto ele mantiver a fronteira com Israel tranquila.

Laços

Relativamente pobre, com uma população que empalidece diante de países como o Egito, a Síria há muito tempo desempenha um papel firme, tornando-se um pilar na região. Apesar de declaradamente secular, o país tem laços profundos com movimentos islâmicos como o Hamas nos territórios palestinos. O mesmo vale para a república islâmica do Irã, seu aliado mais próximo.

A ambiguidade de sua política externa levou as autoridades americanas a manter a esperança de que a Síria possa ser atraída para longe da sua aliança com o Irã e seus aliados. A genialidade de Assad – ele é famoso por concordar, mas não cumprir – ajudou a levar a Turquia a aprofundar suas relações com um país que viu como um centro para a sua visão de integração regional.

Tanto os Estados Unidos quanto a Turquia têm denunciado a repressão, mas não chegaram a pedir a partida de Assad, um passo com implicações de longo alcance para a sobrevivência da liderança. Isso foi em parte motivado pelo medo do que poderia acontecer após a queda de Assad, dizem os analistas, uma ansiedade que o governo tem procurado incansavelmente cultivar desde o início do levante. A violência de domingo, segundo analistas, pode ter sido um prenúncio planejado.

"Vai ser uma bagunça", disse um oficial do governo Obama disse sobre a determinação do governo em sobreviver. "Ele vai travar uma luta por sua vida”.

*Por Anthony Shadid

terça-feira, 10 de maio de 2011

Cristãos são detidos e impedidos de celebrar Páscoa em Pequim




A polícia chinesa deteve pelo menos 20 pessoas em uma operação contra grupos cristãos neste domingo de Páscoa. Os agentes impediram membros de uma igreja protestante de realizar um serviço religioso em público na capital do país, Pequim.

O grupo faz parte da Shouwang, uma das maiores “igrejas subterrâneas” de Pequim. As “igrejas subterrâneas” se recusam a deixar o Partido Comunista controlar a sua crença, e, como consequência, são consideradas ilegais.

A operação começou às 8h de domingo pelo horário local (21h de sábado em Brasília). Segundo o correspondente da BBC em Pequim Damian Grammaticas, o distrito de Zhongguancun foi tomado por policiais uniformizados e à paisana, além de viaturas.

Grammaticas diz ter visto cerca de 20 pessoas sendo colocadas dentro de ônibus e levadas a uma delegacia.

Segundo o repórter da BBC, nas últimas semanas, o governo expulsou a Shouwang do prédio que costumava ocupar e impediu a igreja de se mudar para sua nova sede, construída com dinheiro dos fieis. Os líderes da Shouwang estão em prisão domiciliar.

O governo chinês alega que o seu povo possui liberdade de religião, garantida pela Constituição. No entanto, a lei só permite o credo em igrejas registradas oficialmente. As igrejas oficiais do país têm cerca de 20 milhões de fieis.

Estima-se que 50 milhões de cristãos chineses façam parte das “igrejas subterrâneas”. De acordo com Grammaticas, ativistas cristãos chineses dizem estar sendo alvo de perseguição em todo o território do país.

Operação contra dissidentes

As detenções desta Páscoa ocorrem em meio a uma das maiores operações do governo chinês contra dissidência interna desde o massacre da Praça Tiananmen (Paz Celestial), em 1989.

Nos últimos meses, dezenas de ativistas pró-direitos humanos, advogados, blogueiros e artistas foram detidos. Alguns receberam longas sentenças de prisão, enquanto outros foram pegos pela polícia e desapareceram, segundo o repórter da BBC.

Um dos detidos foi o artista Ai Wei Wei, reconhecido internacionalmente e famoso por suas críticas ao regime.

Analistas acreditam que o Partido Comunista chinês, preocupado com as revoluções pró-democracia em países árabes, está se antecipando e esmagando possíveis ameaças ao regime antes que elas possam sair do controle.

FONTE: BBC BRASIL
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