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Salmo 127

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Salmos

"ORAI PELA PAZ DE JERUSALÉM! SEJAM PRÓSPEROS OS QUE TE AMAM. REINE PAZ DENTRO DE TEUS MUROS E PROSPERIDADE NOS TEUS PALÁCIOS. POR AMOR DOS MEUS IRMÃOS E AMIGOS, EU PEÇO: HAJA PAZ EM TI! POR AMOR DA CASA DO SENHOR, NOSSO DEUS, BUSCAREI O TEU BEM" SALMOS 122.6-9
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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Abraão, Hagar, e Ismael

Gênesis 21:9-12
Explicação
A passagem das Escrituras desta semana trata da dissensão na família de Abraão. A leitura devocional, Gênesis 16, fornece o estudo adicional para a passagem discutida. Ela mostra que, mesmo antes do nascimento de Ismael, a ação de Abraão conduziu à dissensão. Gênesis 16:4 revela que, quando Hagar soube de sua gravidez com Abraão, ela começou a desprezar a esposa de Abraão, Sara. Isso levou Sara a maltratar Hagar e, então, Hagar fugiu de Sara. É interessante notar que Abraão não foi a única pessoa a receber uma promessa de Deus a respeito de seus descendentes. A própria Hagar recebera uma promessa parecida. Em Gênesis 16:9-12, lemos que Deus prometeu a ela muitos descendentes, e que eles seriam muito numerosos para se contar. Isso soa muito parecido com a promessa dada pelo Senhor a Abraão (Gênesis 15:1-5).
Entretanto, a segunda parte da promessa de Deus a Hagar não era tão maravilhosa assim... Ismael teria uma personalidade divisória; as pessoas estariam contra ele, e ele viveria em hostilidade com os irmãos.
Na passagem de hoje, vemos a dissensão começando a aparecer após o desmame de Isaque. Gênesis 21:8-11 diz que, quando Ismael tinha aproximadamente 17 anos e Isaque, 3, Ismael começou a zombar do irmão. A reação de Sara serviu, então, para promover a tensão dos relacionamentos. Ela chamou Ismael de “o filho dela” (referindo-se a Hagar) e chamou Isaque de “meu filho” (V. 10). Assim, ela iniciou uma enorme divisão entre os dois (e entre Hagar e ela mesma). A conseqüência fica evidente: muita dor pessoal a Abraão, pois ele considerava tanto Ismael como Isaque “seus” filhos (v. 11).
O que vemos aqui é a criação de duas linhagens diferentes dentro da família de Abraão. Os descendentes de Isaque (vindos de Jacó) tornar-se-iam conhecidos como judeus; os descendentes de Ismael, como árabes. Durante toda a sua história, essas duas linhagens familiares foram opostas. Essa oposição é o legado infeliz da tentativa de Abraão de cumprir a promessa de Deus usando sua própria força.
Exploração
Conforme discutimos na semana passada, Deus escolheu seres humanos específicos e, a partir deles, começou a criar um grupo especial: a família da promessa. E escolheu Abraão para ser o pai desta família.
Ele também deixou claro que essa linhagem familiar existiria a partir do filho de Abraão, Isaque (Gênesis 17:21; 21:12). Entretanto, o que Deus faria com o outro filho, Ismael? Afinal, este nasceu por causa de uma decisão errada por parte de Abraão e de Sara. Alguns até diriam que Ismael nasceu por causa do pecado de Abraão. Ele não era parte do plano original de Deus para este novo povo. Como teria sido fácil para o Senhor simplesmente apagar o erro de Abraão, deletando Ismael da história da humanidade! O Deus que nós conhecemos, entretanto, não trabalha dessa maneira. Em vez de alterar a História, ele trabalha com o seu decorrer. Assim, não baniu Ismael; ele abençoou-o. Gênesis 25:12-18 fornece a narrativa de Ismael e de seus descendentes. Vemos, então, que Deus cumpriu a promessa feita a Hagar de que seus descendentes seriam muito numerosos de contar (Gênesis 16:10; cf. Gênesis 21:13,18).
Devemos notar que Deus permite que a história da humanidade continue apesar das escolhas erradas, e ele também autoriza que as conseqüências dessas escolhas erradas continuem. A oposição entre descendentes de Isaque e descendentes de Ismael é um grande exemplo disso. Até os dias de hoje, a grande inimizade entre judeus e árabes é evidentemente percebida em acontecimentos diários. Isso traz uma pergunta importante. É possível para não-judeus (gentios) receber algumas bênçãos que Deus deu aos judeus? Como cristãos, acreditamos que a resposta é um ressonante “sim!” A bênção mais profunda que um gentio pode receber de Deus é o relacionamento com ele. Se somos judeus ou gentios, esse relacionamento é obtido da mesma maneira: pela fé. Abraão, o pai dos judeus, foi considerado justo à vista de Deus por causa de sua fé no Senhor (Gênesis 15:6). Os gentios são também justificados perante Deus se têm fé em Jesus Cristo como seu salvador (Romanos 4:1-25).

Incentivo
Como Batistas do Sétimo Dia, nós também somos cientes de uma outra surpreendente bênção que Deus nos deu: o sábado. É uma vergonha que a maioria dos cristãos pareça ter perdido tal bênção! Em razão de terem se tornado legalistas (defendendo a salvação pelas obras), muitos perdem a bênção proveniente da lei. Certamente somos abençoados pela lei, porque nos mostra como Deus criou este mundo.
O sábado, por exemplo, é uma faceta da composição temporal deste mundo, incluindo nossos próprios corpos. Alinhar nossa vida com a lei pode nos abençoar; fazendo assim, estamos alinhando nossa vida à realidade. Guardar o sábado é uma maneira de assegurar que estejamos usando nosso corpo da maneira como foram projetados para serem usados. Para ser claro, nós Batistas do Sétimo Dia não olhamos para a lei para nos salvar; afinal, somente Jesus Cristo pode salvar. Entretanto, olhamos para a lei para nos abençoar.
Essa é uma liberdade nossa: a habilidade de receber a bênção da lei, porém de rejeitar sua maldição. Paulo usou a história de Abraão, de Isaque e de Ismael para discutir essa idéia com os cristãos, em Galácia, há mais de dois mil anos (Gálatas 4:21-31). Alguns povos, conhecidos como judaizantes, tentavam tirar a liberdade dos irmãos de Gálatas em Jesus Cristo.
Diziam que os crentes, em Gálatas, seriam justos aos olhos de Deus somente se obedecessem à lei do Antigo Testamento, além de manterem a fé em Jesus. Paulo fortemente refutou seu ensinamento usando a ilustração de Ismael e de Isaque. Ismael nasceu de maneira ordinária, pelo ventre de Hagar. Isaque, entretanto, nasceu como resultado de uma promessa. Era somente por meio da promessa divina que o ventre de 90 anos de Sara poderia dar nascimento a um filho.
Paulo disse que nós também, como Isaque, somos filhos nascidos de uma promessa. Tornamo-nos filhos de Deus não por cumprirmos as exigências da lei (da maneira comum); mas porque recebemos a promessa divina - a salvação pela fé em Jesus Cristo. Toda pessoa pode receber tal promessa. Mesmo um descendente de Ismael é qualificado para receber essa bênção. Recorde a afirmação de Deus de que sua linhagem familiar dar-se-ia a partir do filho de Abraão, Isaque. Pela fé em Jesus, alguém que não é descendente natural de Isaque pode se transformar em descendente de Isaque: um descendente nascido da promessa de Deus.
“Mas também do filho desta serva farei uma nação, porquanto é tua descendência.” Gênesis 21: 13.
Explicação
Nesta semana, veremos como Deus selecionou alguns seres humanos específicos e, deles, começou a criar um grupo especial: a família da promessa. Nossas passagens bíblicas mostram que a promessa foi feita primeiramente a Abrão. Vemos, então, a reação de Abrão à promessa divina e notamos que ele e Sara tentaram cumpri-la com seus próprios métodos, com resultados completamente insatisfatórios. Finalmente, temos o prazer de ler sobre a realização, por Deus, de sua promessa.
Gênesis 15 fala da promessa que Deus fez a Abrão. (Aqueles que procuram um nível mais profundo de compreensão devem também ler Gênesis 12; trecho no qual a promessa fora primeiramente revelada.) A promessa é composta de duas partes: 1) Deus prometeu que a prole de Abrão seria muito numerosa para ser contada; 2) Também prometeu dar a Abrão e a seus descendentes uma terra para habitar. Ou seja, prometia um povo e um lugar.
Para aqueles que querem se aprofundar nesse estudo, Gênesis 15 é uma narrativa muito rica. Alguns comentadores vêem aí duas aparições de Deus a Abrão (vs. 1-6, 7-21). Se foram ou não duas aparições separadas, não sabemos ao certo. Contudo, parece que ele fez sua promessa a Abrão duas vezes. (Estava ele certificando-se de que Abrão compreendera inteiramente o prometido?)
Ambos os eventos seguem um roteiro similar: uma declaração inaugural por Deus (vs. 1, 7), a resposta inicial de Abrão à declaração divina (vs. 2-3, 8) e, finalmente, a resposta de Deus a Abrão (vs. 4-5, 9-21).
A circunstância que liga essas duas seções da narrativa é uma declaração, fundamental à nossa compreensão para definirmos a família da promessa: verso 6. Relaciona-se a atitude (confiança em Deus) à posição (retidão perante Deus). Durante milhares de anos, desde que a indicação foi gravada em Gênesis, essa idéia de justificação pela fé foi literalmente levada adiante em milhões de sermões, em lições da Bíblia, em cartas e em apresentações evangélicas. Por exemplo, o apóstolo Paulo - a quem alguns consideram o teólogo preeminente do Novo Testamento - baseou-se fortemente em Gênesis 15:6, ao fazer suas discussões sobre justificação pela graça através da fé (por exemplo, Romanos 4, Gálatas 3).
Exploração
Deus escolheu Abrão para ser o pai deste novo povo, desta família de promessa. A idéia de os israelitas como uma família da promessa é vista pelo menos de duas maneiras. Primeiramente, Deus prometeu a esse povo, começando com Abrão, que o abençoaria ao longo de suas gerações: fá-lo-ia uma grande nação e dar-lhe-ia sua própria terra. Segundo, foi somente pela promessa de um milagre divino que a família sobreviveu além de uma geração.
Quando Deus escolheu e chamou Abrão (Gênesis 12), ele tinha 75 anos, e sua esposa, Sarai, aproximadamente 65. Naquela época, o Senhor prometeu transformar Abrão em uma grande nação. Entretanto, dez anos mais tarde (Gênesis 16), ele ainda não tinha prole alguma e via sua esposa, de 75 anos, muito idosa para lhe dar filhos. Conseqüentemente, fez sua própria tentativa de cumprir a promessa de Deus, dormindo com a empregada de Sarai, Hagar. (Discutiremos mais detalhadamente esse episódio na próxima semana.)
Na época de Gênesis 17:15-22, quando Deus prometeu a Abraão (assumindo um novo nome) um filho vindo de sua esposa Sara (também adquirindo um outro nome), ele já completara 99 anos, e Sara, 89. É preciso, então, perguntar por qual motivo ele riu ao ouvir tal promessa? Seria literalmente um milagre se Sara concebesse e tivesse uma criança. Essa mesma reação de riso foi exibida por Sara quando também recebeu a promessa (18: 10-15). A maioria de nós recorda de Sara rindo da promessa de Deus, mas devemos pensar que tanto ela como Abraão tiveram a mesma reação. Nenhum deles creu que Deus lhes cumpriria a promessa.
Como é maravilhoso ver, finalmente, em Gênesis 21:1- 8, a realização concreta da promessa de Deus a Abraão e a Sara quando do nascimento de Isaque! O riso do casal, carregado de frustração e de desespero, transforma-se em um sorriso pleno de alegria! Gênesis 21:1 claramente mostra que essa foi a realização da promessa divina, tornando possível o nascimento de Isaque. Isso releva para nós uma noção: a comunidade que está sendo trazida para a existência fora resultado direto do desejo e da ação de Deus. A família de promessa não foi uma criação de uma determinação humana. O novo povo de Deus foi resultado direto do trabalho criativo de Deus aqui na terra.
Incentivo
Eu fui um seguidor de Jesus Cristo por, aproximadamente, vinte e cinco anos. Tirando todos os outros membros de minha família, conheço apenas um outro cristão: minha irmã. Eu e ela oramos pelo restante de nossos familiares e tentamos ser pacientes, porque ainda não vimos um deles sequer ir a Jesus. Às vezes, em minha limitada sabedoria humana, não tenho esperança de salvação para minha família. Entretanto, preciso acreditar que será somente com os milagres de Deus que essas pessoas terão fé em Cristo. Afinal, os milagres divinos foram necessários para que eu acreditasse nele e, da mesma forma, minha irmã, oito anos mais tarde.
Da mesma forma ocorre com o que é descrito nestas passagens de hoje, em Gênesis. Sara, com 90 anos, poderia conceber e dar à luz a Isaque, porque Deus realizava seus milagres usando-a. Isso foi o necessário para começar o desenvolvimento da família de Abraão: o toque direto de Deus em sua vida. O que é necessário para que meus familiares creiam verdadeiramente em Deus? O toque direto dele na vida deles. Torna-se urgente reservar um espaço para os milagres do Senhor em minha família. E traz esperança! Eu percebo, agora, que tenho duas famílias: a natural e a espiritual. Fui membro da natural desde meu nascimento físico, mas somente conheci a espiritual com meu nascimento espiritual. Há uma lacuna de vinte anos entre esses dois eventos. Minha esperança é que os membros de minha família natural igualmente se transformem em membros da espiritual. Entretanto, sou tentado a me afastar de minha família natural a fim de focar mais a espiritual. Não há algo errado em construir vínculos com meus irmãos de fé, mas eu também devo permanecer ligado à minha família natural. Afinal, foi minha interação com a minha irmã biológica que a levou a se transformar em irmã espiritual. Deus é aquele que a alcançou, mas me usou no processo.
Como você está fazendo para trabalhar em seus relacionamentos familiares naturais a fim de construir vínculos nas famílias espirituais? Está aberto para que Deus trabalhe usando você?
As linhagens familiares são tão importantes que muitas pessoas passam anos traçando árvores genealógicas. Por que o conhecimento de uma árvore familiar é tão significativo? Para os numerosos descendentes de Abraão e de Sara, a linhagem genealógica foi crucial. Pois, usando este casal idoso e seu filho Isaque, Deus escolheu criar a promessa divina para a raça humana.
Conseqüências da desobediência
Jeremias 7:11–15; 2 Reis 23:36–37
Contexto
O contexto histórico de nossa passagem é 2 Reis 23:36-37, o rei Jeoaquim governou Israel durante 11 anos, antes da destruição de Jerusalém em 587 AC. Ele subiu ao trono pouco tempo depois do reinado de Josias, que tinha promovido uma grande reforma religiosa e uma renovação da aliança de Israel com Deus. É interessante o quão brevemente precisamos ser relembrados de nossos compromissos com Deus! O texto nos fala que ele era um rei jovem (25 anos) que seguiu os passos de tantos antes dele – “fazendo o que era mau aos olhos do Senhor”.
O contexto literário está em 7:1:8-3, chamado de o sermão de Jeremias no templo. “A mensagem trazida pelo profeta foi tida como traição pelos governantes” (Brueggemann, pág. 77). Jeremias não foi tímido em sua diatribe contra a religiosidade que viu em Jerusalém, e os advertiu sobre as conseqüências de sua atitude. A mensagem dele era inflexível: conversão do erro ou ser excluído do lugar de adoração! Eles não deveriam se ocupar com práticas de adoração enganosas. A bênção que os israelitas recebiam no templo não era incondicional, mas estava vinculada a obediência à Torá.
O problema era que a falsidade estava sendo corajosa, infindável e indiscriminadamente repetida. Porém, havia chegado a hora de prestar contas de tais práticas. O templo estava sendo usado para que o clero (sacerdócio) tivesse controle social sobre seus conterrâneos. Jeremias sabia que tais práticas não garantiriam segurança aos sacerdotes quando a crise chegasse. A prescrição em Jeremias 7:1-7 é basicamente um resumo das exigências íntegras da Torá. “a retenção da terra não era por direito inerente, nem através de poder ou da liturgia, mas da prática da justiça e da obediência” (Brueggemann, pág. 79).

Contexto Histórico
Siló, no coração das colinas dos efraimitas, foi o local onde Israel realizou assembléias sagradas antes de Jerusalém. Escavações expuseram arquiteturas do século 11 A.C. O local foi datado como pertencendo à idade do ferro, mas as estruturas sagradas são provavelmente ruínas do tempo de Jeremias. Provavelmente Siló foi dominada pelos filisteus, como resultado da vitória em uma batalha. A citação de Siló e o conhecimento de seu lugar na história do povo de Deus são importantes porque cada um da audiência de Jeremias saberia muito bem o que havia acontecido e qual foi o destino de Siló. Quando o profeta trouxe sua última mensagem, usando a analogia de Siló em 7:12-15, podemos ver a seriedade com que ele viu as transgressões de Israel, pois profetizou-lhes a total erradicação de Israel. É difícil imaginar uma mensagem mais dura do que essa sendo transmitida ao povo de Deus. Como igreja, precisamos estar atentos a isto. Paulo, em Romanos do capítulo 9 ao 11, nos lembra que não há lugar para arrogância e desobediência na vida do cristão.

Aplicando
Conheço pais que nunca impõem conseqüências às ações de seus filhos. O problema neste tipo de atitude é que essas crianças sofrerão posteriormente as conseqüências de seus atos impostas pela vida. Pode-se evitar tal ocorrência ensinando-as desde cedo que cada ato seu tem uma conseqüência. Assim Deus age conosco; precisamos perceber que nossos erros terão conseqüências. Embora possamos nos arrepender e pedir perdão a Deus (e ele nos perdoará), isso não evita que soframos as conseqüências de nossos erros. O profeta Jeremias sabia que o povo de Deus enfrentaria duras conseqüências.
Veio à minha mente o meu próprio país. Fiquei a pensar no comentário de Walter Brueggemann sobre Jeremias:
“Será que podemos imaginar que nosso sistema industrial, militar, econômico e político esteja correndo o mesmo risco de Siló e Jerusalém? Fazer analogias para a vida contemporânea é algo perigoso. Mas a pregação criativa nos convida a ousar tais analogias como fez Jeremias. A sua analogia era tão arriscada quanto qualquer uma que poderíamos propor, porém penso que em algumas áreas não estamos muito diferentes de Siló ou de Jerusalém, sendo assim temos que cuidar para não colhermos as mesmas conseqüências” (Brueggemann, pág. 81).
Jeremias fala de uma “hipocrisia organizada” que se alastrava no templo e entre os sacerdotes de sua época. Você acha que há hipocrisia em sua igreja? Lembro-me de uma ocasião em que nossa igreja parecia estar crescendo, porém tivemos membros proeminentes que viviam abertamente em pecado na congregação e a liderança parecia não fazer nada. Esta inatividade provou ser uma linha fatal em nossa igreja - muitos membros deixaram nossa congregação por causa da falha daquela liderança em usar a disciplina. “Aqueles que violavam a Torá entravam no templo para administrar a liturgia como se eles fossem obedientes ao Senhor da liturgia. Eles não tinham nenhuma sensação de vergonha da distância entre sua liturgia e sua ética. Porém Deus tinha e as duras conseqüências vieram” (Brueggemann, p 79).
Foi dito que para muitos, você e eu seremos a única Bíblia que algumas pessoas irão ler. Nós somos a única fonte de conhecimento da verdade para eles. Isso significa que temos a responsabilidade de dar um bom testemunho de vida cristã.
Na mídia constantemente vemos os políticos sendo expostos como hipócritas. O mesmo ocorre com proeminentes líderes cristãos. Onde mais você vê hipocrisia no mundo contemporâneo? Em Jeremias 7:4, o profeta fala sobre palavras falsas e discursos repetitivos. Ele aponta para confiança irracional no “status quo” (os judeus eram o “povo escolhido”) que levou aquele povo a se distanciar da verdadeira adoração. Isso se aplica aos dias atuais? Qualquer liturgia pode atingir o nível de discurso vão. Precisamos, enquanto comunidade adoradora, colocar em prática nosso louvor a Deus, vivendo todos os dias da semana de forma a trazer glórias a ele. “Os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura” (João 4:23, NVI).
“Agora, pois, porquanto fazeis todas estas obras,” diz o Senhor … “E lançar-vos-ei de diante de minha face, como lancei a todos os vossos irmãos” (Jeremias 7:13a, 15a).

Núcleo da lição
Algumas pessoas agem impunemente, acreditando que sempre terão proteção contra as conseqüências de seus atos. Os cristãos podem ter esta visão? Jeremias diz que não escaparemos das conseqüências de nossos atos. Ao mesmo tempo, diz que Deus age em resposta às boas obras, verdadeira adoração e fidelidade.

Questões para estudo do texto
1. Qual o contexto desta passagem do livro de Jeremias? Qual mudança ocorreu? (Ver 2 Reis 23)
2. O que Jeremias pediu que Judá fizesse? Como poderia Judá desenvolver uma visão realista de sua situação política? Quão efetivo era o sistema do templo?
3. O autor da lição de hoje enfatiza “Para muitos, você e eu seremos a única fonte de conhecimento da Verdade”. Discuta esta afirmação.
4. Que exemplos de rotulação de cristãos como hipócritas pela mídia você tem visto? Quanto pode a hipocrisia afetar a vida cristã?
5. Que métodos práticos você pode desenvolver para evitar a hipocrisia por meio da abertura do seu coração para a verdade revelada pelo Espírito de Deus (Salmo 139:23) e pelo evangelho de Jesus Cristo?
Habacuque anuncia maldição
Contexto
Nosso texto é uma segunda resposta de Deus para Habacuque sobre seu questionamento a respeito da injustiça de se permitir que uma nação inimiga (neste caso os Caldeus) dominassem a Israel. O Senhor dá algumas palavras importantes ao profeta no segundo capítulo, versículo 3: “Porque a visão é ainda para o tempo determinado, mas se apressa para o fim, e não enganará; se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará”. Deus falou isso para recordar Habacuque que ele está no controle e ninguém mais. “O crescimento desenfreado da injustiça era difícil de reconciliar com a fé ancestral de Israel em um Deus que personificava a própria justiça, que requeria a justiça nos relacionamentos humanos e tinha o poder para obrigá-los a cumprir tal exigência" (Bruce, 832). Em Jeremias 22:13-19, o profeta acusa o rei egípcio de injustiça, assassinato, opressão e violência. Parece que esta era a situação vivida por Habacuque em seu clamor no capítulo 1. Provavelmente o clamor do profeta a Deus se referia à invasão e conquista de Judá pelos Caldeus.
O capítulo dois não tem um tom esperançoso até o verso 20. “Mas o SENHOR está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra.” Neste ponto Habacuque se dá conta de que tudo está nas mãos de Deus e que devemos confiar em seu poder e louvar somente a ele. E é isso que o profeta faz no capítulo 3, concluindo seu livro. O ponto parece ser que não importa quão perturbadoras as ações do Senhor pareçam ser, ele está sendo consistente com o compromisso de sua aliança com seu povo. Como cristãos, sabemos a extensão do amor de Deus manifestado através de Jesus, que como Messias cumpriu todas as expectativas proféticas morrendo por nós na cruz.

Contexto Histórico:
Embora não possa ser considerado como “contexto histórico”, é interessante observarmos a citação paulina de Habacuque 2:4 em sua carta aos Romanos. Paulo, como Habacuque, tinha o foco em como os gentios seriam incluídos nos planos de Deus. Ele reconheceu que está completamente dentro do poder e soberania de Deus escolher como agirá na história para salvar seu povo, até mesmo usando de “inimigos” (como no caso de Habacuque) ou tendo o “inimigo” enxertado, como discutido por Paulo em Romanos 9-11. Em ambos os casos, Paulo e Habacuque lamentam o fato da lei ser insuficiente para conter a maldade. Especificamente, Habacuque viu a lei impossibilitada de conter o mal, e “isto também pode ter levado Paulo a citar Habacuque, uma vez que ressoou muito bem com suas próprias preocupações” (Watts, pág. 6).
Na frase crucial “o justo viverá pela fé” (ou lealdade, o que na minha visão seria a tradução correta do termo hebraico) Habacuque volta à visão do capítulo 2.2-3 que declara que haverá uma revelação (Jesus) que mostrará como o justo poderá viver pela fé. Esta revelação é concernente à intervenção de Deus, que aniquilará as raízes do mal. Por que coisas ruins acontecem ao povo de Deus? Habacuque que conhecia as promessas de Deus para Israel, sabia que Deus não abandonaria Judá à sua própria sorte. Paulo conhecia muito bem as promessas de Deus para Israel e tinha o privilégio de ter as revelações que Habacuque não teve sobre o Cristo e tinha a seguinte indagação, “O que será de Israel?” A resposta vem em Romanos 9, e é parecida com as repostas para Habacuque, no final dos dias quando estes mistérios serão revelados e os planos de Deus serão cumpridos. Ele está no controle e é fiel. Esta verdade traz-nos esperança, pois vivemos num mundo cheio de exemplos legítimos do problema do mal. “Não importa o que pareça, argumenta o apóstolo Paulo, Deus ainda é fiel à sua palavra, e, como em Habacuque, vida será vivida com base na fé.” (Watts, pág. 19).
Paulo escreveu aos Romanos que ele não se envergonhava do Evangelho, pois ele é o poder de Deus para salvação da humanidade. O apóstolo sabia que o Evangelho é a revelação fiel do plano da salvação. E que a salvação pela fé é a base do evangelho revelado, que sabemos ser Jesus Cristo, aquele que venceu o mal na cruz.
Israel não era fiel, este era seu problema. Nós não devemos professar fé em Cristo e então viver como se nós não o conhecemos. Não podemos viver como se não conhecêssemos Cristo. Tal atitude é oposta ao Evangelho e desagrada a Deus. Nós constantemente devemos ser desafiados a viver conforme a oração do profeta Habacuque no capítulo 3. Nossa única esperança é viver as promessas de Deus neste mundo que anseia por luz, por ver a luz de Deus em nossa vida por meio de nosso testemunho.

Aplicando
Fidelidade é a marca de um crente. Muitas das vezes os cristãos, professam uma fé, porém vivem de maneira diferente do que falam. Devemos ser um povo comprometido a viver tendo Cristo como Rei absoluto de nossa vida. Isso é fidelidade. Deste modo, inspiraremos esperança em nossos irmãos e irmãs. Habacuque mostra que devemos nos achegar a Deus com fé e confiar no poder da oração. Se vivermos nossa vida verdadeiramente cristocêntrica e seguirmos fielmente o que Cristo nos ordenar, coisas extraordinárias acontecerão em nossa vida. A visão do profeta Habacuque de uma vida de fé foi fielmente cumprida em Cristo, que viveu em obediência pela fé, provendo assim um exemplo a ser seguido por cada cristão. Devemos diariamente tomar a nossa cruz e seguir a Jesus!

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