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Salmo 127

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terça-feira, 21 de abril de 2009

Delegados deixam palestra em conferência da ONU após discurso de presidente do Irã contra Israel



O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, acusou Israel de ter o "regime mais cruel e racista", em uma conferência da ONU sobre racismo em Genebra, na Suíça. O discurso levou à saída de cerca de 40 diplomatas de países europeus, como Reino Unido e França, que haviam ameaçado deixar a conferência caso ela se transformasse em antissemita.

Vários manifestantes vestidos como palhaços interromperam o discurso de Ahmadinejad com gritos de "vergonha" e "racista". Logo depois, cerca de 100 membros, a maioria pró-Israel e grupos judeus, bloquearam a entrada do presidente iraniano em uma coletiva de imprensa.

Ahmadinejad acusou Israel de ser "cruel e racista" e apontou o dedo para os Estados Unidos e Europa por ajudarem a estabilizar Israel depois da 2ª Guerra Mundial "sob o pretexto do sofrimento judeu".

Mais cedo, ao abrir a conferência, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse estar "profundamente decepcionado" com o boicote promovido por vários países ao encontro, visto por alguns como um palco para a promoção de antissemitismo.

Repercussão
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, condenou o discurso de seu colega iraniano e pediu "uma reação de extrema firmeza" da União Europeia.

Em comunicado, Sarkozy "condena totalmente este discurso de ódio" de Ahmadinejad. O presidente francês, que lembrou ter rejeitado antes outras declarações "inaceitáveis" do presidente iraniano, ressaltou o desprezo que Ahmadinejad tinha manifestado aos ideais e valores inscritos na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Lamentou que na conferência sobre racismo, o líder iraniano tenha se colocado no extremo oposto do objetivo da reunião, que devia servir para "unir e mobilizar a comunidade internacional" contra todas as formas de racismo.

Em outro comunicado, o ministro do Exterior francês, Bernard Kouchner, justificou a retirada do embaixador francês porque tinha indicado "muito claramente que a França não toleraria que ninguém tome como refém a conferência e se sirva dela como uma tribuna para fazer declarações de ódio".

"Quero que este gesto de protesto gere uma tomada de consciência na comunidade internacional", argumentou Kouchner, antes de insistir em que, "frente a atitudes como a que acaba de ser tomada pelo presidente iraniano, não há compromisso possível".

Ban Ki-moon também criticou o discurso do presidente do Irã, porque considerou que suas palavras contra Israel eram destinadas a "acusar, dividir e incitar". Duas horas depois do discurso do dirigente iraniano, o responsável da ONU emitiu uma declaração, na qual sustentou que as declarações de Ahmadinejad eram contra o que busca a conferência.

Para Ban, o discurso do presidente do Irã "torna significativamente mais difícil encontrar soluções construtivas para o problema real do racismo", e revelou que, em reunião prévia que manteve com ele, tinha pedido que contribuísse para a causa contra o racismo.

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