GUILA FLINT
da BBC Brasil, em São Paulo
Mudanças significativas que estão ocorrendo no Oriente Médio indicam que os próximos 40 anos podem ser muito diferentes das quatro décadas anteriores, depois da ocupação dos territórios conquistados por Israel na guerra de 1967.
É pouco provável que Israel possa manter a ocupação dos territórios a longo prazo, e o Oriente Médio de 2007 não é o mesmo que era em 1967.
Novas forças políticas, econômicas e militares atuam nesta região.
O fundamentalismo islâmico se fortaleceu, e o Irã, país que lidera essa corrente, pode vir a ter condições de fabricar armas nucleares.
Se o Irã, um país xiita, tiver uma bomba atômica, o maior país do mundo árabe -o Egito, que é sunita- pode também decidir aderir à corrida nuclear rapidamente.
Em vista do fortalecimento das correntes islâmicas radicais no Egito, em um futuro não muito longínquo, ainda existe o risco de o fundamentalismo ganhar espaço no país.
O conflito com os palestinos não constitui uma ameaça existencial para Israel, mas países da região armados com armas nucleares podem vir a ser.
Muitos analistas dizem que os principais motivos que levaram o então primeiro-ministro Yitzhak Rabin a assinar o acordo de paz com Iasser Arafat, em 1993, foram seu temor com relação ao fortalecimento do fundamentalismo islâmico e sua preocupação com uma corrida nuclear no Oriente Médio.
Depois de 40 anos de ocupação e 14 anos após a assinatura do acordo fracassado com os palestinos, os motivos de Rabin se tornam ainda mais relevantes e urgentes.
A grande questão é se a liderança israelense terá coragem de encarar a realidade da região e evitar uma catástrofe e, antes que seja tarde demais, chegar a um acordo histórico com os palestinos que deverá ter um impacto positivo nas relações de Israel com todo o mundo árabe.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
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» Futuro de Israel e dos palestinos ainda é incerto
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